Sérgio Moro poderá ser o novo Ministro da Justiça do Brasil, no futuro Governo de Jair Bolsonaro...
Este é o problema dos Juízes Providenciais, a sua incapacidade para resistirem aos holofotes da fama, a mesma que os transforma em Super-Heróis, cidadãos acima de qualquer outro.
Verificou-se isso mesmo na Itália dos anos 90, nesse folhetim pós Giulio Andreotti e que levou à implosão de todo o sistema político Italiano, incapaz de se regenerar, amarrado a populistas sem fim...
De Berlusconi a Salvini.
Este tipo de Juízes, acima da própria Justiça, não resistem à sedução de uma entrevista, às capas de uma revista, a uma promiscua relação com a imprensa, com o intuito de salvaguardar a sua verdade, como escritura incontestável...
Ou seja, o dogma justicialista que tanto embevece as Sociedades feridas, de um conceito de igualdade Judicial.
Em Portugal, também podemos encontrar casos similares, com consequências menores, graças a Deus, mas que em tudo se assemelham.
Atentemos às fugas ao segredo de Justiça, às entrevistas morais de alguns Juízes, ao longo do tempo, recordando-me en passant de dois...
Um mais antigo, outro mais recente.
O que este tipo de Justiça, sem venda nem balança, perfumada, com rímel e pinceladas de vaidade, aporta à Democracia, é um perigo desmedido de julgamentos em praça publica, incapazes de equilibrar a noção de acusação vs defesa.
Com o passar do tempo descredibiliza-se a Democracia, a Justiça e dinamitam-se os alicerces que permitem a sã convivência em Sociedade.
Moro deveria, na minha opinião, manter-se no seu papel de Juiz, continuando o seu trabalho na Lava-Jato, afastando assim a ideia de promiscuidade, justificada, entre esses processos e o sistema político.
A bem do regime.
Filipe Vaz Correia