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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Meu Querido Rui Patrício...

Filipe Vaz Correia, 13.05.18

 

Meu querido Rui Patrício...

Escrevo estas linhas pois adivinho que hienas sairão da toca, que os abutres de plantão voltarão a fazer ecoar os seus pequenos argumentos.

O "frango" no fim do jogo com o Marítimo, será certamente o climax para o mundo Brunista, para aqueles que gritam neste instante as certezas cabalísticas, próprias de mentes cobardes.

Aproveito então, para gritar sem reserva:

Grande Patrício!

Poucas serão as linhas para descrever a minha admiração, por aquele que creio ser o melhor guarda-redes do mundo, um homem outrora menino, crescido em Alcochete desde os seus sete anos e que sempre moldou o seu comportamento pela discrição e zelo.

Patrício falhou...

Depois de vezes sem conta nos ter salvo, ouço os ecos daqueles que irão sugerir o dolo no acto, a intenção no falhanço, a premeditação no momento.

Mas isso pouco importa para a História de um dos melhores guarda-redes que vi na vida, mas certamente custará ao Leão que cabe nesse teu coração.

Perderia mil vezes o segundo lugar, num qualquer campeonato, para ter o privilégio de aqui escrever, o quanto admiro aquele menino que neste mesmo estádio, há sensivelmente onze anos, entrado a frio, defendeu um penalty que nos manteve na corrida pelo titulo...

Mil vezes perderia.

Assim, antevendo tudo o que aqui descrevi, volto a referir...

Meu querido Rui Patrício, sempre a teu lado.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

Mano A Mano: Salvador E Caetano!

Filipe Vaz Correia, 13.05.18

 

Não pensei escrever sobre o Festival da Canção, pois para ser honesto mal o acompanhei, no entanto, como poderia deixar de aqui relatar, essa parte de mim, que emocionadamente não consegue esconder o contentamento maior, entrelaçado com a sublime beleza de um momento...

Salvador Sobral!

Assistir àquele instante em que Salvador subiu ao palco, acompanhado ao piano por Júlio Resende, para cantar "Mano a Mano", foi para mim mais do que arrepiante, um retrato mágico, deslumbrantemente perfeito.

Em cada expressão da sua voz se contorcia a melodia, em cada palavra pintada no seu olhar, se enternecia a vontade minha de querer suspender eternamente aquele pedaço de prazer.

Sem palavras...

Uma espécie de apogeu, descompassadamente arrepiante, repetidamente arrepiante.

Ainda não refeito daquele instante, tive de suportar o passo seguinte...

Caetano no palco para um momento a dois, cantando "Amar pelos Dois", transformando lentamente a Eurovisão, num recanto imaginário de pura eternidade.

A eterna querença do belo, inquietantemente sedutor, como um quadro de Rembrant ou um poema de Pessoa, como um texto de Vinicius ou uma invenção de Da Vinci.

Foi essa sensação que ali senti, prendendo-me através da alma ao sentido sentir que só o esplendor consegue arrebatar.

Por tudo isto, valeram a pena os cinco minutos de Festival da Canção a que assisti...

Cinco eternos minutos que repetiria vezes sem conta, como se de um sonho se tratasse.

Obrigado Salvador e Caetano.

 

 

Filipe Vaz Correia