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Caneca de Letras

22.03.18

 

 

 

Sei bem que vai doer;

Como já dói,

Sem renegar o tamanho querer,

Que me consome...

 

Mas o que posso dizer;

Se assim é imposto,

Impondo a desmedida estupidez,

Deste destino descompassado...

 

Porque não vale a pena;

Buscar o eterno amor,

Quando se silencia,

Sem pudor,

Pedaços da alma...

 

E sobrará o olhar;

Perdidamente sincero,

Para recordar,

Cada pedaço de ardor,

Que se eternizará,

Sem medos...

 

Sem receios;

Do que um dia,

Ficou guardado,

Na mais bela parte,

De mim.

 

 

 

22.03.18

 

Sou um conjunto de contradições...

Um católico que acredita na reencarnação, num lugar diferente daquele que a minha fé me quer fazer acreditar.

Penso e reflicto, discuto e aprendo, num turbilhão de dúvidas e questões que me preenchem, num crer que me pertence mas que não me basta...

A revista Panenka publicou uma fotografia, retrato se preferirem, onde se vê o Milan de 1901, os jogadores que compunham aquele plantel, carregado de passado, de diferenças, de almas de outrora.

Nesse retrato uma ideia ou pensamento se mantém actual:

O que ali faziam Casillas, Mkhitaryan e Chicharito?

Naquele retrato tirado de um qualquer baú empoeirado, encontramos três homens que sendo almas de um passado distante vivem nos dias de hoje...

Ou se calhar não.

Mas não vivendo se encontram entre nós...

Os seus rostos, o seu olhar, a expressão maior que reconhecemos sem duvidar.

Sei que existirão explicações para tamanha coincidência, para tamanha imprecisa similitude, no entanto, a minha alma sedenta de explicações, se amarra sem pestanejar, buscando nessa explicação a resposta para as tamanhas contradições do destino.

Acredito na roda do destino, nesta preciosa volta de tantas almas, incoerentemente imaginando tantas vidas, na crença de um católico...

Mas o que seria da alma sem as suas contradições, sem as questões que nos consomem, as duvidas que nos reforçam, os desapegos que nos fazem maiores.

Vendo este retrato questiono esta parte de mim que crê nesta espécie de reencarnação, sobre os reencontros que a vida nos dá, os abraços perdidos por entre séculos, perdidamente ansiando por se reencontrarem.

Mas nem sempre a alma crê, por vezes se perde na dor imposta, na amargura que se sobrepõe a tantas coincidências abstractas.

Quero crer...

Quero saber como ali podem estar Casillas, Mkhitaryan e Chicharito?

Adorava saber.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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