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Caneca de Letras

22.02.18

 

 

 

Dói;

A alma minha,

Que sendo tua,

Se silencia,

Que te pertencendo,

Se magoa,

Que te amando;

Se entristece...

 

Dói;

Sem explicação;

A amargurada desventura,

Destino deste coração,

Perdido nessa aventura,

Sem fim...

 

Dói;

Sem doer,

Porque amar-te,

É viver,

Querer-te,

Esse prazer,

Infinito...

 

E sem contradição;

Entre a dor,

E o tamanho amor,

Mora este destino,

Só meu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

22.02.18

 

 

Estão a morrer pessoas, crianças, em Ghouta Oriental, assim como, já muitas haviam morrido em outras partes da Síria...

O mundo assiste perplexo, sussurrando palavras ocas, tímidas ameaças, consentindo uma vez mais as ofensivas de Bashar-Al-Assad.

Nunca acreditei na Primavera Árabe, nesse movimento, essa espécie de clamor que invadiu o mundo Ocidental, num apoio desmedido a rebeldes que se tornaram em muitos casos, mais tiranos, do que os supostos ditadores que tanto queriam depor.

Sempre temi essas Odes escritas de improviso, contando os feitos de heróis fundamentalistas...

Nunca confiei nos revolucionários que zurziam ao vento a libertação dos seus povos, em diferentes destinos, em cenários distintos.

Não funcionou na Líbia, não funcionou no Egipto, não funcionou na Síria, simplesmente não funcionará.

O Egipto, é um Estado profundamente laico, enraizadamente preparado para a separação de poderes, Religião e Estado...

Talvez isso os tenha salvo, justificando assim o facto de terem conseguido a tempo, perceber o gigantesco erro que acabavam de cometer, destituir Mubarak, para o substituir pela Irmandade Muçulmana, pois apesar de estes serem eleitos democraticamente, ameaçavam mudar radicalmente a face do seu País...

Daquele povo.

Os mesmo jovens Egipcios que os levaram ao poder, nas ruas, pelas ruas...

Perceberam o perigo deste tipo de caminho, do poder Teológico que ameaçava se instituir, através das suas leis discriminatórias e medievais.

Por todas estas razões sempre desconfiei do preço a pagar pelas populações, depois destas revoluções varrerem aquela parte do mundo...

Sempre pensei ser preferível ter cautela, mesmo sabendo que Mubarak, Kaddafi ou Assad, não eram propriamente uma solução.

No entanto, no caso Sírio, o mundo tem assistido, vezes sem conta, ao massacre constante das populações que se encontram em cidades tomadas pelos rebeldes, com gás ou fogo, por terra ou ar...

Assad com a conivência do Irão e da Rússia, tem vindo a trucidar aquelas populações, aqueles infelizes cidadãos do seu País ou do que dele resta, inocentes ou não, mulheres, homens, crianças.

As imagens que nestes dias nos têm chegado de Ghouta Ocidental, são para qualquer um de nós, um chocante relato do desespero civilizacional a que definitivamente chegámos, cumplicimente silenciados pela inaptidão daqueles que nos governam...

E pela intensa distância daquelas bombas, do barulho daqueles gritos, do vazio daquelas crianças despedaçadas.

Enquanto o mundo discute onde deverá ficar a capital de Israel ou o doping olímpico ou mesmo os muros sonhados por Donald Trump, mais um massacre sem fim acontece naquelas terras, há muito, carregada de feridos e mortos.

Assad ultrapassou todos os limites, como aliás já o havia feito, sendo assim completamente inaceitável que os Estados Unidos e a Europa, se calem uma vez mais...

A História não nos perdoará.

Quanto àquelas vidas, àquele povo...

A escolha que neste momento lhes resta é:

O Regime de Assad ou os Rebeldes terroristas?

Pobre povo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

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