19.01.18
Existem desenhos na parede, pedaços de vida retratados em cada parte dessa alma, que ali ficará para trás, aprisionada a tantos e tantos momentos escondidos...
Encaixotados num destino que se esqueceu de ficar.
Partiu...
Despudoradamente partiu, assim como o tempo, que correu sem parar, por entre os ventos de um futuro que não se esqueceu de chegar.
Chegadas e partidas, regressos e despedidas, caminhadas e desencontros, em reencontrados encontros finitos...
Ou finitos desencontros reencontrados?
Tantas palavras, tamanhas palavras, neste corrupio denominado de vida, nesta roda gigante, onde as entradas e saídas, vão sendo marcadas por entre lágrimas...
Sempre lágrimas, contraditoriamente opostas.
O destino é esse desígnio misterioso, inacabado desenho do tempo, de escolhas, erradas ou certas, de palavras, ditas ou amordaçadas, de desejos, pedidos ou perdidos.
Tantas viagens por cumprir, tantas já cumpridas, num sonho impreciso, imenso, intenso...
No meio deste sonho, definição da alma, vai cantando a velha chama, vai ardendo o velho poema, sempre inteiro, como o primeiro amor.
Filipe Vaz Correia