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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Benfica: Entre A "Verdade" E O Abismo...

Filipe Vaz Correia, 30.12.17

 

2017 termina com mais um pedaço de escândalo, num enredo envolvendo o Benfica e a sua estrutura, estrutura "alegadamente" ligada a esquemas de tráfico de influência e corrupção.

Por mais que a clubite impeça, por vezes, a discussão franca e despudorada, não podemos deixar de observar, os indícios constantes que teimam em perseguir, este período da história encarnada.

Depois de emails e bruxos, de ex-árbitros e comentadores, chega o tempo dos emissários e da compra de resultados...

Poderão muitos clamar inocência ou cabala, teias conspirativas contra a pureza da estrutura encarnada, armadilhada por rivais maledicentes que insistem em denegrir as conquistas do Benfica, no entanto, a clarificação deste teorema é um imperativo que se impõe ao Futebol Português, sob pena de ele se enquistar eternamente.

Os indícios crescentes acumulam-se, subindo de tom, com estas novas revelações, de supostas compra de resultados na época 15/16, ano em que o Benfica conquistou o Tricampeonato...

Será verdade?

Não o sabemos.

Nem serei eu a descobrir, pois prefiro aguardar o resultado da investigação em curso.

Porém, não posso deixar de aqui escrever, que se em algum momento for confirmado tudo aquilo que tem sido, insistentemente, veiculado pela Imprensa, então...

Nesse caso, o Benfica estará definitivamente à beira de um abismo.

Um abismo que guiará o clube para outro tipo de relvados.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Palavras...

Filipe Vaz Correia, 29.12.17

 

 

 

Tantas palavras Pai;

Que ficaram por dizer,

Que ainda podem ser ditas,

Que caladas querem gritar,

Gritando estão fechadas,

Em nós,

Certamente nossas...

 

Tantos gestos guardados;

Recordações escondidas,

Pedaços de nada,

Amargas feridas,

Mágoas passadas,

Que se elevam...

 

Tantos olhares e pensamentos;

Lágrimas que se contradizem,

Sorrisos e tormentos,

Fugidos instantes,

De antigos sentimentos,

Singelos sofrimentos....

 

Tantas palavras;

Pai...

 

Tantas palavras;

Deste amor,

Que não soubemos,

Decifrar.

 

 

Os Presentes De Jesus!

Filipe Vaz Correia, 28.12.17

 

Estas novas contratações, anunciadas pela Imprensa, de Wendel, Rúben Ribeiro, Marcelo e Vietto, a se confirmarem, vêm trazer um acréscimo de responsabilidade ao treinador Leonino.

Jesus pediu dois ou três presentes, ao Presidente do Sporting, alegando e bem, que para a equipa poder se bater em todas as frentes com a mesma ambição, seria necessário reforçar a qualidade do plantel, conferindo-lhe mais soluções, mais capacidade de resposta.

Sou insuspeito de aqui defender Bruno de Carvalho. pois tanto me separa desta brejeira personagem, no entanto, seria uma hipocrisia da minha parte, não reconhecer o seu esforço desmedido, neste defeso, para ir ao encontro das reivindicações, de Jorge Jesus.

Se estes jogadores se confirmarem, todos eles, o Sporting fica sem dúvida, com o melhor plantel desde 2001/2002, ano em que se sagrou Campeão Nacional, apresentando em todos os sectores, soluções mais do que capazes de suprir as pontuais ausências, que se lhe deparem.

Assim, Jorge Jesus, terá de cumprir o destino para o qual foi contratado, há duas épocas atrás, guiando os Leões rumo à desejada vitória.

Não existirão desculpas para o fracasso, para a não concretização dos ambicionados títulos...

Jesus deverá saber, terá de o saber.

Viva o Sporting.

Velha Infância!

Filipe Vaz Correia, 28.12.17

 

Já não grita a velha alma;

Como se soubesse gritar,

Se soubesse roubar;

Da amargura,

A velha alegria,

Perdidamente inebriada,

Por tamanho destino...

 

Já não sorri o pequeno coração;

Esse menino perdido,

Velha recordação,

De dias escondidos,

Em mim...

 

Já não se entende;

Disfarce maior,

Pedaço insano,

Da velha infância...

 

A velha infância;

Que um dia,

Me Pertenceu.

 

 

 

 

Carta Para O Meu Filho!

Filipe Vaz Correia, 27.12.17

 

Estou deitado numa cama de papel...

Perdido nos pensamentos que um dia me pertenceram, pertencendo àqueles que fazem parte de mim.

Nos teus olhos meu filho, nesse olhar que um dia foi de teu Bisavô, de teu Avô e meu...

Nesse olhar que busco, encurtando as diferenças que nos separaram, tento encontrar as palavras que teimam em se calar, as justificações que não sou capaz de encontrar, as desculpas que nunca soube dar.

É difícil expressar o quanto errei, o quanto falhei, sem saber o que essa palavra significava, sem compreender o quanto em mim, te pertencia.

Um dia meu filho, serei capaz de gritar ao mundo, sem que grite, verdadeiramente, o que significa este amor que se prende despudoradamente.

Estou deitado numa cama de papel...

Onde está escrevinhado cada pedaço deste ardor, desta dor destemperada, que um dia nos afastou.

Tantas palavras por dizer, sem esquecer, o que esquecido nos separa, o que separando nos amargura, o que amargurando nos impede de sorrir.

Ao ouvir a tua voz...

Essa voz que me embarga, silencia, amarra, sinto como nunca senti, o que expressa a alma entristecida, entristecidamente feliz, por te ouvir.

Pela primeira vez meu filho, quero ouvir...

Pela primeira vez, quero sentir as palavras que são as tuas, a voz que te pertence, o sonho guardado em cada linha das tuas frases, embevecidamente amarrando o soletrar deste destino.

Tantos pecados que não expurguei, tantas duvidas que jamais contei, tantas hesitações que nos separaram.

No fim destas linhas, por entre os caminhos que ouso aqui percorrer, fica a memória, deste beijo dado em palavras, deste afago entregue em prosa, deste imenso orgulho por ti...

Nestas linhas, adormecem as palavras que nunca fui capaz de te dizer:

Amo-te, filho meu.

 

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