24.11.17
Mergulho profundamente...
Tão profundamente que me pareço perder, na inebriante vontade de voar debaixo de água, como se o céu e o mar se unissem num só.
Num azul tão cristalino como intenso, que nos abraça, nos envolve, nos possui.
Por vezes, deslumbrados por tamanha correria, pelo destempero inerente à imberbe idade, parecemos querer de uma só vez, viver tudo, desamarrar os laços, fechar os olhos e viajar vertiginosamente, por entre, os mistérios da alma.
Tantas e tantas vezes se parece perder a vida num segundo, segundo imenso, que se transforma numa outra vida, revista, recordada, num passo apressado sob o contemplador olhar, de quem a viveu...
Passado revisto num instante, 90 anos, 80 anos, qualquer compasso temporal.
Noticias como as de João Ricardo ou Pedro Rolo Duarte, dão a dimensão pequena aos fantasmas quotidianos, com que a maior parte de nós se fustiga, consome.
O tempo passa, por vezes até voa...
Esvoaça por entre os sorrisos e gargalhadas, lágrimas e dor, sofrimento e ausente discernimento, por entre desamores e amores.
O tempo não pára, não espera, não tem contemplações...
Parafraseando Cazuza:
" Vida louca, Vida louca, Vida Breve..."
Por maior que seja a vida, ela permanecerá eternamente breve, irrepetivelmente breve e por essa mesma razão, importa não esquecer dizer que se ama, a quem se ama...
Que se quer, quando se quer...
Que são importantes, aqueles que verdadeiramente o são.
Pois só assim, a vida, fará sentido.
Filipe Vaz Correia