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Caneca de Letras

11.11.17

 

Encontros e palavras, sempre especiais, nesses momentos que parecem destinadamente imperfeitos, mas que estranhamente se transformam numa sentida vontade de conhecer o outro.

Num dia desta semana, estava eu sentado na esplanada da pastelaria Cinderela no Areeiro, a escrever mais um texto para o Caneca de Letras, quando um casal se sentou na mesa ao lado...

Na mão de um deles um maço de cigarros, um maço de Além-Mar.

Estou a deixar de fumar, mas quem resiste a um cigarro Açoriano?

Ainda para mais, quando está a beber um belo Jameson...

E assim aproveitando esse mítico nome, voámos literalmente por esse oceano até às terras Açorianas de São Miguel, local de onde vinha aquele casal que aqui estava a passar uns dias em Lisboa.

A conversa fluiu, as palavras ganharam liberdade e de um momento para o outro ali estávamos, três pessoas acabadas de se conhecer, parecendo amigos de uma vida...

Falámos de quase tudo, desde o meu receio de voar, até àquela desventurada luta para reduzir o tabaco deste meu amigo Micaelense, ou mesmo das quatro estações que podemos encontrar, num só dia Açoriano.

Os minutos passavam e chegava ao fim a nossa breve conversa, com um encontro marcado, neste texto aqui prometido.

Tão escasso tempo, tão agradável encontro.

Ontem fui ao Encontro Com Vinhos e Sabores, na antiga FIL da Junqueira, a convite da minha querida Tia Xandinha Jardim, que como sempre, me fez sentir especial e querido...

Obrigado, é sempre pouco para a tamanha estima e amizade.

Voei por entre aqueles corredores carregados de cheiros e sabores, de expositores e experts, de vinhos e mais vinhos.

Logo na entrada, deparei-me com o expositor do Continente, onde experimentei um surpreendente espumante, o Contemporal, marca que desconhecia, mas que para ser sincero, me pareceu bastante agradável...

Não é um Raposeira ou um Murganheira, mas surpreendeu-me.

No entanto, foi a simpatia do Paulo e da Maria, do Filipe e da Rita, que apesar de ter a máquina fotográfica ao pescoço, insistia em dizer que não era fotografa, foi essa simpatia que me conquistou.

Todos impecáveis, brindando-me com imensa paciência e atenção e sem nunca esquecer, aquele copo que mais tarde, voltaria a resgatar.

No expositor da Symington e Prats, região do Douro, tive a mais extraordinária experiência de toda a Feira, com uma explicação detalhada que me levou numa magnifica viagem por entre Chryseia e Post Scriptum, numa deliciosa aventura para o palato.

Por fim a minha perdição:

O desventurado encontro com os queijos e enchidos, encontro esse que me obrigou a sequestrar dois queijinhos do Monte da Vinha, um deles amanteigado e o outro curado e ainda um insuportável salpicão que atrevidamente insistia em sorrir para mim.

Obrigado a todos e que noite espectacular.

Hoje voltei ao Optometrista, o meu querido João Miraldes, para corrigir a graduação dos meus óculos, pois apesar de ter uns olhos esplendorosamente extraordinários, com uma capacidade de visão quase de Super-Herói, o João não me deixará mentir, as horas de escrita, os momentos passados diante do computador, vão se fazendo notar.

Para começar, somos ambos Sportinguistas e isso é logo meio caminho andado para que tudo corresse bem, excepto se a pessoa em causa, fosse o Bruno de Carvalho, depois pela gigantesca paciência do João para aguentar a minha hesitação, a constante dúvida que me fez repetir perguntas, ou pelo menos querer, vezes sem conta, repetir as respostas, enfim...

Enfim testar ao máximo, o meu amigo Optometrista.

João, aqui está o meu sincero Obrigado, enquanto espero ansiosamente que cheguem os meus óculos.

Um abraço a todos os que nesta semana me acompanharam, por entre encontros e descobertas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

11.11.17

 

Tenho a Gal Costa a cantar perto de mim, muito perto de mim...

Não consegui ir ao concerto desta cantora, que invade as minhas memorias, as memorias daqueles que um dia me pertenceram, as memorias daqueles que desconhecendo, um dia me pertencerão.

Gal é tudo isso e muito mais.

Gal é Brasil e Portugal, Lusofonia e tempestade, sonho e intemporalidade, harmonia e desafio...

É um pedaço de Caetano e Bethânia, é parte de Simone e Jobim, é Vinicius e Drummond.

Gal Costa é Cazuza se despedindo das areias de Copacabana, é favela no Leblon ou o  Maracanã no calçadão...

Gal Costa é aquela voz que abraça o Brasil e o liberta pelo mundo, é o vento que esvoaçando se recorda do Lusitano grito, de seus Avós.

Tem no sangue esse Brasil intemporal, esse eterno Portugal, esse mar, essa chuva, esse oceano sem fim.

Tenho a Gal Costa a cantar perto de mim, muito perto de mim...

E o meu coração, timidamente, não pára de suspirar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

11.11.17

As imagens de Tite a defender Neymar, muito para além de serem ou não justificadas, são uma lição para alguns treinadores, de como se ganha um grupo, como se conquista um jogador, como se transforma um momento difícil, num outro capaz de diferenciar a atitude de alguém vital para o sucesso de todos.

Naquele instante, nesta Conferência de Imprensa, quem observar Neymar, a maneira como ternamente ele encosta a sua cabeça ao ombro do seu treinador, como um filho faria com um pai, entende que ali se fez magia...

Que naquele momento, Tite construiu algo maior.

Tite não apontou culpados, não criticou neymar de maneira gratuita, não identificou guiões mal interpretados ou bodes expiatórios...

O treinador do Brasil, chamou a si o direito de defender os seus, neste caso o seu Capitão, o seu melhor jogador.

Se o Brasil vencer o Campeonato do Mundo de 2018, é bom que todos se recordem desta Conferência de Imprensa...

Pois pode ter sido aqui que a Copa do Mundo, ficou mais perto desse Brasil Brasileiro.

 

 

Filipe vaz Correia

 

 

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