Não há muito tempo, li algumas noticias que davam conta de uma pequena revolução em marcha na Arábia Saudita, um passo rumo a uma maior abertura:
As mulheres iriam ser autorizadas a guiar...
Um avanço civilizacional, num País tão retrogrado, parado no tempo do ponto de vista dos costumes e da religião, aprisionado ao Wahabismo, vertente ultra-conservadora do Islão.
Um passo pequeno mas que representava uma gigantesca esperança, no berço do radicalismo Islâmico.
No entanto, poucos dias bastaram para compreendermos o significado da palavra renovação ao estilo Saudita.
Enquanto o mundo se alegrava em comentar esses pequenos sinais, um Príncipe ia tomando conta das rédeas de um destino, o seu, e também daqueles que lhe poderiam fazer frente...
Mohammed Bin Salman, foi escolhido como o principal Herdeiro ao trono do Rei Salman, depois de outros terem estado em posição preferencial para ocupar este ambicionado lugar, numa disputa silenciosa, mas que move poder, milhões e muito petróleo.
Durante este sábado em todo o território Saudita, uma gigantesca operação, prendeu Príncipes e Governantes, Altos Administradores e Altas Patentes Regionais, Oficiais Militares, Ministros, numa purga nunca antes vista, por entre a nobreza da antiga Casa de Saud.
No dia de hoje, noticias avançam a queda de um helicóptero, onde viajavam altos quadros Sauditas, na companhia do Príncipe Mansour Bin Maqruin, até há poucos meses apontado como um dos herdeiros ao trono e subitamente afastado, em favor de Bin Salman...
Depois destes dias e enquanto o mundo discutia se as mulheres iriam ter o direito a guiar na Arábia Saudita, um Príncipe renovava toda a hierarquia de um País, afastando rivais, garantindo o seu futuro trono.
É caso para dizer, que estamos perante uma, verdadeira, Remodelação ao estilo Saudita.
Filipe Vaz Correia