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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Um Elefante Numa Loja De Porcelanas, Chamada Catalunha...

Filipe Vaz Correia, 05.11.17

 

A Catalunha vive dias de incerteza, abandonada por aqueles que lhe haviam prometido a Independência, abraçada por aqueles que continuam sisudamente desconfiados...

Depois de declarada a Independência Unilateral da Catalunha, assistimos à fuga de Carles Puigdemont, um líder cobarde, que preferiu o refúgio em Bruxelas, ao nobre confronto em nome do seu povo, com aqueles que ameaçavam voltar a aprisionar a vontade Catalã.

Esse gesto de Carles Puigdemont pareceu assassinar a causa mui nobre, pela qual tantos Catalães haviam lutado, parecia destruir esse grito de Independência que acabado de nascer, esmorecia palidamente moribundo.

Órfãos de um líder, incrédulos com a inesperada deserção, parecia que Madrid havia ganho uma batalha deveras difícil...

Que Rajoy com o apoio do PSOE e Ciudadanos, quebrara as correntes que garantiam a rebelião da Catalunha.

No entanto, nestes dias, após a marcação das eleições Regionais Catalães para Dezembro, o Governo e os seus tribunais, resolveram enlouquecer...

Ao invés de demonstrar uma capacidade de unir, de diluir as graves divergências sentidas na sociedade Catalã, aproveitando assim, a desilusão evidente com a fuga do Senhor Puigdemont, Rajoy e o centralismo Espanhol, entenderam ouvir e prender preventivamente, cerca de oito membros da Generalitat Catalã, que se apresentaram voluntariamente diante das autoridades.

Um erro gigantesco!

Comportando-se grotescamente como um Elefante Numa Loja De Porcelanas, o Estado Espanhol, legitima de certa maneira, a fuga do ex-presidente da Generalitat, acabando por desperdiçar todo um conjunto de apoios que poderia, evidentemente, capitalizar.

Prendendo todos, ameaçando todos, o Governo de Rajoy acaba por martirizar, aqueles que tanto se esforçara por demonizar...

E com tamanha confusão, com tamanhos equívocos, uma questão resiste:

O que acontecerá se os Independentistas, vencerem as eleições na Catalunha?

 

 

Filipe Vaz Correia