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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Zé Pedro...

Filipe Vaz Correia, 30.11.17

 

Silêncio...

Silencioso ruído do calar das melodias, de gerações de nós, de mim, de todos.

Morreu o Zé Pedro...

Morreu uma parte dos Xutos e Pontapés, uma parte da música Portuguesa.

Não quero mais ouvir música ou melhor quero ouvi-la todos os dias, não quero mais escrever, nesta tristeza que invade alguém como eu, que cresci com ele...

Com eles.

A tristeza que deixo nestas linhas, curtas mas sinceras, nada mais é do que uma sentida homenagem, a alguém que acompanhou a minha adolescência, a minha juventude, a minha vida, através dos acordes da sua guitarra, das intemporais melodias que amarraram tantas e tantas vidas.

Partiu o Zé Pedro mas sobrou a lenda...

Essa imortal lenda de um extraordinário talento.

E um talento assim, é eterno. 

 

Filipe Vaz Correia

O Verdadeiro Rosto do PCP!

Filipe Vaz Correia, 30.11.17

 

O PCP teve no Parlamento um gesto pequeno, votando contra, o voto de pesar pela morte de Belmiro de Azevedo.

Estou longe de ser mais um dos que libertam palavras elogiosas, de maneira incessante, à memória do empresário Portuense, no entanto, julgo que não lhe reconhecer o valor que teve nos últimos 40 anos na Economia Portuguesa, no desenvolvimento de várias plataformas de criação de emprego, será na verdade, um hipócrita maneira de fazer política.

Para mais, quando falamos de um Partido que tentou aprovar votos de pesar na Assembleia da República, aquando das mortes de Chavez ou Fidel, dois ditadores anti-democratas, responsáveis por inúmeros e trágicos momentos de perseguição ao seu próprio povo.

Este contra-senso, que muitos apelidam de coerência, é essencialmente uma característica infeliz daqueles que sendo formatados no pensamento, pouco conseguem vislumbrar para lá da cartilha aparelhista que lhes foi entregue...

E deputados assim não representam um País, representam apenas uma parte pequena do seu imaginário redutor.

O PCP nestes pequenos gestos volta à sua essência, demonstrando incessantemente o seu rosto Estalinista conservador.

Uma vergonha.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Ronaldo No Eurogrupo?

Filipe Vaz Correia, 30.11.17

 

O Governo de Portugal anunciou hoje que Mário Centeno, Ministro das Finanças, é candidato à Presidência do Eurogrupo.

Há muito que se aventava esta possibilidade, servindo de mote a muitas especulações em torno da figura do Ministro Centeno...

Segundo consta, Mário Centeno é mesmo apontado como o grande favorito ao lugar, reunindo apoios de Governos como o Alemão, o Italiano, o Espanhol, não se sabe a posição Catalã, e o Francês.

O Ronaldo do Eurogrupo, parte assim da Pole Position para assegurar este lugar em Part-Time, cargo que agora parece muitíssimo valorizado em Lisboa.

O papel de Centeno no Governo Português sempre me pareceu de valor, pois acredito ser dele o esforço maior para controlar os ímpetos Comunistas, Bloquistas e até Socialistas, num equilíbrio difícil, para manter as contas públicas em ordem, mesmo diante os variados desejos da Esquerda Nacional.

Este último Orçamento será o que me parece mais complicado de cumprir, aquele em que o Ministro das Finanças terá mais cedido, no entanto, não deixo de admitir que ao fim deste período de mandato, Centeno superou em muito as expectativas que nele depositava.

Acima de tudo, quero acreditar que para avançar com esta candidatura, António Costa terá garantido a eleição de Mário Centeno ab anteriori, pois caso saia derrotado, isso implicaria uma pequena humilhação para aquele que será aos olhos de muitos, o mais importante membro desta Gerigonça.

Assim, aguardemos o resultado desta eleição, para percebermos se o Ronaldo das Finanças, poderá ou não brilhar além fronteiras.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Vidas...

Filipe Vaz Correia, 29.11.17

 

Recordo-me de tantos rostos, de tantas vozes...

Revejo em mim tanta gente, pessoas que encontrei neste destino sem fim, que percorreram por um momento o mesmo caminho que eu, que a minha alma.

A noite cai...

Chega...

Despudorada.

Sentado na janela da minha sala, sala de estar, observo as estrelas ausentes, o brilho que se esconde por entre as nuvens que teimam em cobrir esse céu.

Uma e outra luz que se acendem, brilham nas janelas, como deveriam as estrelas brilhar nos céus...

São vidas em caixas, cubículos compartimentados, impregnados de sorrisos e lágrimas, de gentes e pensamentos, alegrias e desgostos.

Tantas e tantas vidas percorrendo os seus destinos, pais e filhos, avós e netos, jovens ou velhos...

A noite cai...

O dia finda.

E continua a correr o tempo, continua a soltar-se o infinito, por entre os que morrendo desaparecem, os que nascem irrompendo, os que permanecem...

Permanecendo.

Revejo em mim tantos rostos, tantas vozes...

Tantas vidas passadas, reencontradas nesta, somente nesta, certeza única.

A noite teima em cair...

O radio continua a tocar, a janela aberta continua deixando o frio entrar, enquanto observo o céu, buscando imperfeitamente as razões para que o meu coração continue a bater descompassadamente.

A vida continua...

E vida após vida, buscarei reencontrar-te.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

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