E Agora Espanha?
Volto a escrever sobre Barcelona, consoante a minha estupefacção pelo caminho extremado, por onde resolveram seguir as duas partes desta discórdia...
A Catalunha de orgulho ferido, grita aos quatro ventos, a determinação em resgatar a dignidade amordaçada pelos invasores de Madrid, recuperando a figura do Generalissimo Franco como justificativa para a repressão imposta pela Guardia Civil.
Nas Calles da Catalunha nota-se a revolta, o destemido momento em que as pessoas quiseram sair à rua, para se juntarem àqueles que no seu entendimento defendiam o Ser Catalão e é aqui que poderá se confrontar, o passado e o futuro de Espanha.
Rajoy como ainda ontem escrevi, não entendeu o favor que fazia aos Independentistas Catalães, ao endurecer as medidas repressoras para com aqueles que organizavam este referendo, permitindo uma percepção de injustiça, que une...
Que contribui para a narrativa separatista.
Este caminho apocalíptico, de confronto despudorado, poderá traçar um desmembramento Espanhol, frágil em certos domínios, silenciado mas não adormecido e que reflectido nesta revolta Catalã, poderá despertar como um furacão impossível de travar.
O que esperar do País Basco perante uma Independência catalã?
Como controlar as reivindicações de outras regiões?
O futuro de Espanha joga-se neste referendo, nesta disputa entre o centralismo democrático e a vontade orgulhosa de um povo...
A Catalunha é uma das regiões mais ricas de Espanha e isso não pode ser dissociado da questão Independentista, no entanto, o esventrar dessa unidade, do Ser Espanhol, terá repercussões inimagináveis na arquitectura da Nação Castelhana.
Assim, sobrevoando toda a inquietude que por estes dias toma lugar pelas Calles da Catalunha, não será demais dizer...
Que o futuro de Espanha, será também, o resultado deste referendo.
Filipe Vaz Correia