Se um dia me faltasse o respirar, num momento tão inusitado como inesperado, o que faria eu?
De quem me recordaria?
Para onde fugiriam as inquietações, da alma minha?
Para onde fugiria eu?
Questões que apoquentam a escrita livre de uma personagem...
Por vezes o olhar, meio perdido, indescritível sensação, meio interrogação, acaba por não descodificar a alma desnudada, embrenhada na imensidão de dúvidas que acabam por atormentar a mente.
Será possível um coração, erradamente ter encontrado uma parte de si, que infinitamente não existe?
Será que o amor já não se reconhece?
Tantas e tantas questões.
Neste dilema existencial, nesta busca por uma resposta que acalme a alma pequena, a menor inquietude do coração, se interroga o espírito...
Se questiona o destino, infindável procura da felicidade perdida, perdidamente silenciada por essa tristeza que impele a escrita, escrevinhadamente desencontrada nessa angustia maior, que me pertence.
Reconhecerás, o teu outro eu?
Saberás como o encontrar?
Ou por alguma razão, se diluirá nas nuvens impostas de uma madrugada adiada, sem explicação, inexplicada vontade descrita no tempo?
Talvez passe esta vida e muitas outras, e depois outra, e outra...
Talvez passem mais vidas até que nos reencontremos, nesse misto de morte e amor, de tempo e sofrimento, de loucura e esquecimento, esperando em cada linha deste texto que não volte a florir o campo...
Não volte a brilhar o sol...
Não volte a nascer a esperança...
Que não volte eu, a reencontrar tamanha vontade de sofrer.
Filipe Vaz Correia