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Caneca de Letras

26.07.17

 

Durante estes últimos dias André Ventura tem se desdobrado em explicar as suas afirmações sobre a comunidade Cigana em vários canais de televisão, desde o popular Você na TV, na TVI, até aos telejornais da cabo...

A polémica lançada pelas suas palavras, para alguns xenófobas, atira para a crista da onda o pequeno André, a sua veia mediática, o seu apetite pelas luzes toscas da popularidade.

A indignação reinante dos muitos que resolveram atacar André Ventura neste caso, soa a hipocrisia, a aproveitamento bacoco de um sentimento fácil e pouco esclarecedor...

O que disse André Ventura sobre a Comunidade Cigana, é ou não o que muitas das pessoas pensam?

É ou não, aquilo que em muitos casos acontece?

Muitos dos que o criticam neste caso, aceitariam ou imaginariam viver num daqueles bairros?

Estariam preparados para lidar com as consequências de uma clara impunidade, que estes gozam?

E as denuncias que André ventura fez acerca da discriminação sofrida pelas mulheres Ciganas, sob o jugo da chamada tradição?

Terá mentido?

Neste blog escrevi a minha opinião sobre o senhor em causa, sobre a minha completa discordância com quase tudo o que este senhor diz, da forma como o diz, do que pensa, no entanto, neste caso julgo que mais do que as suas palavras, convêm avaliar o problema...

Existe na realidade um problema de segurança, convivência, em certos lugares deste nosso país, entre a população comum e a comunidade Cigana, protegida por uma espécie de impunidade disfarçada de Democracia.

Disse aqui e escrevi que o meu problema com André Ventura não foram as suas palavras em relação a esta polémica mas sim tudo o que desse senhor já ouvi, ao longo do tempo...

O que ele representa como cata-vento político, ou seja, um anárquico ideológico capaz de tudo para representar as massas e diluir o verdadeiro sentido da palavra, política.

É populista?

É demagogo?

Sem dúvida nenhuma mas até um relógio parado acerta nas horas, duas vezes por dia.

Por essa razão, discuta-se o problema, debata-se a polémica e não se escondam as questões que certamente preocuparão muitas das pessoas que votam no Município de Loures, pois foi assim que Donald Trump chegou ao poder...

Iludindo as gentes com soluções impossíveis para problemas existentes, problemas esses que nenhum dos candidatos do main stream, quis sequer falar.

Depois não vale a pena dizer:

Como é que as pessoas votaram num tipo destes?

Talvez porque mais ninguém se dignou a ouvi-las.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

26.07.17

 

 

 

Surpreendente tristeza;

Tristemente surpresa,

Ao longe certeza,

De perto incerteza,

Arrebatadora beleza,

Que um dia se esfumou...

 

E devagarinho;

Sentindo o tempo escapar,

Se perdeu,

Aquilo que outrora,

Ao destino,

Pertenceu...

 

Ao intemporal destino;

Que julgava,

Eterno.

 

 

26.07.17

 

Quantas vezes teria de nascer Mbappé, se tivesse crescido na escolinha de Alcochete e o destino o obrigasse a se cruzar com o mestre JJ?

Estaria certamente neste momento a renovar o seu contrato e provavelmente a rumar a um qualquer Desportivo de Chaves, para explanar o seu futebol a centenas de quilómetros de casa.

Esta transferência de 180 milhões do jovem fenómeno Francês é a evidência de que a idade no futebol não é contraditória do talento, da capacidade de ser determinante.

Aos dezoito anos, lançado pelo seu treinador, Mbappé deslumbrou o planeta da bola, desequilibrou em campo nos mais variados palcos e fez sonhar aqueles adeptos Monegascos que viram nele uma possibilidade de concretizarem esse distante sonho de vencerem...

Serem campeões.

O que seria de Dier, se em Alvalade ficasse?

Onde estaria Bernardo se continuasse subjugado à ditadura limitada de um treinador, que nunca conseguiu vislumbrar o seu imenso talento?

O que seria deste jogo, futebol, se o talento imaturo dos jovens génios fosse eternamente adiado?

Perturbam-me estas saídas que acontecem no meu Sporting, Chico, Matheus, Domingos Duarte ou até Palhinha em detrimento de Petrovic, Matheus Oliveira, Alan Ruiz ou mesmo Battaglia, sem que honestamente me pareça que em algum destes casos, os que ficam, sejam melhores do que estes pequenos meninos formados em Alvalade.

Se Mbappé valerá 180 milhões?

Não o sei, no entanto se Morata vale 80, se Lukaku vale 90 então o jovem Monegasco valerá pelo menos o dobro.

Porém, mais do que expressar a minha avaliação financeira do futebol actual, o que aqui importa é celebrar o atrevimento de um clube que não teve medo de escolher um dos seus, reconhecer-lhe o talento e apostar...

E ganhar!

Ainda bem que Mbappé, não nasceu em Almada, não começou a treinar pequenino nos campos de Alcochete, pois certamente teria de nascer pelo menos 100 vezes para ser suplente de Alan Ruiz e ter o privilégio de desfrutar de uma quantas palestras do Senhor Jesus.

Felizmente para ele, teve a oportunidade de voar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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