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Caneca de Letras

24.07.17

 

As notícias e o aproveitamento sensacionalista deste tempo, atingiu um patamar de mediocridade absolutamente indescritível...

Os mortos de Pedrogão, fazem neste momento as manchetes de quase todos os jornais, são o tema de comentário de quase todas as televisões, deixando para trás a dignidade daqueles que partiram mas também a nossa que supostamente os deveríamos respeitar.

De 64 já passaram para 80, de 80 já ouvi 100 e de 100 se calhar poderemos ter 64...

O Autarca daquele Município veio numa tentativa desesperada por um pouco de respeito, pedir que se acabe com a boataria, com esses rumores que alimentam esta espécie de diz que disse, em versão mórbida e canalha.

Evitei ao máximo escrever sobre o tema pois apesar de muitas vezes pertinente, sempre me pareceu que atirar palavras num triste acontecimento como este, não repunha a dignidade roubada àqueles que ali infelizmente tombaram, no entanto, depois de horas e horas de verborreia sem nexo, desabafo aqui a minha perplexidade com a leviandade com que alguns se entretêm a ganhar audiências com tamanha desgraça.

Se morreram mais pessoas do que estava contabilizado, convêm que se concretize, se denuncie a quem de direito mas por favor deixem as parangonas para assuntos onde o debate possa permitir alguma dignidade e não para acrescentar vozearia ao desaparecimento de tanta gente...

De tantas famílias que ali se perderam.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

24.07.17

 

 

 

Vejo o mundo através destes olhos envelhecidos;

Recordo o tempo que para trás ficou,

Questiono os sonhos esquecidos,

Que a minha memória não resgatou,

Se perderam, perdidos...

 

Vejo os rostos que partiram;

Os que ficando se escaparam,

Mágoas que feriram,

Que ardendo, ficaram...

 

Vejo a outrora juventude que se foi;

A velhice que então chegou,

Os carinhos que já não me pertencem,

A solidão que restou...

 

Vejo tanto;

Restando tão pouco,

Enquanto,

Serenamente deixo voar o tempo,

Desta minha velhice.

 

 

 

 

24.07.17

 

Há dias jantava num dos meus restaurantes preferidos, quando sou surpreendido por uma afirmação do dono daquele espaço:

- Vou votar na Geringonça!

Fiquei boquiaberto pois este tipo de pessoas, os empresários individuais ou se quiserem "self made man", sempre foram um dos redutos intransponíveis Sociais-Democratas, no entanto, haveria de me surpreender mais...

- E não vou votar no PS, pois quero que os outros lá continuem para os travar!

Esta afirmação ainda me deixou mais incrédulo.

Sendo alguém que sempre vira votar no PSD, esta mudança demonstra até que ponto o actual Partido de Passos Coelho, aniquilou toda uma base eleitoral que tradicionalmente lhe era fiel, o apoiava...

As razões?

Fácil...

Estas pessoas sentiram-se traídas durante os anos da Troika, com aquele discurso estupidificante de ventríloquo da Austeridade, repetindo vezes sem conta o guião Europeu.

Poder-se-ia fazer diferente?

Não o sabemos mas certamente se poderia ter explicado de maneira absolutamente diferente, não hostilizando, tentando minimizar os sacrifícios feitos por todos...

Pelo Portugueses.

E depois veio a geringonça e a sua política não tão diferente mas inequivocamente mais sedutora para aqueles que se sentiram excluídos e espoliados durante o Governo PSD...

E o que esperavam as pessoas?

Nada...

Ou talvez que viesse o diabo.

Só que o diabo não veio, vindo antes essa sensação de alivio, parecendo brindar esta espécie de aliança contra-natura, de uma folga de esperança que em parte, lhe foi dada pelo discurso suicida do Líder Social Democrata...

E assim com essas expectativas tão baixas, com tão pouca fé, cresceu o espaço para surpreender, para fazer melhor do que se esperava e mais do que tudo para fazer sentir a uma certa parte da sociedade Portuguesa, como por exemplo, empresários ou reformados, que se poderia construir uma alternativa.

Verdadeiro ou não, esse sentimento existe e situa-se em grande medida em antigos votantes do chamado centrão que habitualmente confiavam no antigo Partido reformista, laranja.

Agora resta esperar, que estas eleições Autárquicas expurguem Passos Coelho e aqueles que formam a sua entourage, para que se possa primeiro reformar o PSD, para depois pensar no País...

Até lá, é ver a geringonça a esvoaçar através do sopro deste inexistente PSD.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

24.07.17

 

 

 

Se o meu amor por ti; 

Não fosse essa imensidão,

Tão imenso e sufocante,

Se não sonhasse o coração,

Com esse sonho distante...

 

Se esse amor fosse descrito;

Se existissem palavras para o descrever,

Se não fosse interdito,

Essa vontade de o viver...

 

Se no meu olhar;

Fosse possível decifrar,

O indecifrável descodificar,

Sentido desse amar,

Que jamais poderei escrevinhar,

Num poema...

 

Porque não existem letras suficientes;

Capazes de soletrar,

Esse sentimento,

Que insiste em chegar,

A cada momento,

Eterno...

 

Porque a eternidade é pequena demais;

Diante de tamanho amor.

 

 

 

 

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