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Caneca de Letras

10.07.17

 

Podemos discutir a governação do País, o rumo mais esquerdista da Geringonça, a surpresa ou deceção inerente a este novo destino político que nos governa há um ano e meio...

Podemos falar sobre tudo isso, no entanto, de uma coisa não poderemos fugir:

O estranho carácter de António Costa.

Há algum tempo que me interrogo sobre esse lado importante deste homem que dirige os destinos da Nação, desse pedaço fundamental de um Primeiro-Ministro...

O carácter.

Penso que ninguém negará que Pedro Passos Coelho é uma pessoa coerente com os seus princípios, apesar de politicamente ser constantemente infeliz, inapto do ponto de vista da liderança, do carisma...

António Costa, no entanto, é para mim uma interrogação, hábil politicamente, perspicaz na forma como passa por entre os perigos impopulares, que sempre envolvem quem sobrevive anos sem fim, na ribalta do panorama político Português.

Recordo bem quando José Sócrates esteve preso, durante aqueles longos dias de um ano e da única visita daquele amigo de uma vida, chamado António Costa...

Saindo do Estabelecimento Prisional de Évora, por volta do Ano Novo, a data ideal para que ninguém se apercebesse da sua visita, o atual Primeiro-Ministro expressou em parcas palavras o seu apoio àquele amigo:

- Ele, José Sócrates, está convicto da sua verdade!

Para expressar esta frase, mais valia não o ter visitado...

Numa espécie de encontro envergonhado, talvez uma tentativa de  não correr o risco de ser castigado nas eleições que se aproximavam...

Que belo amigo!

Tempos depois, a sorrateira maneira como após perder as eleições legislativas, chega ao poder, relegando para trás das costas a demissão digna, agarrando-se a uma aliança contra-natura para sobreviver.

E chegamos então a Pedrogão Grande, por onde passou algumas horas, deixando a Ministra Constança Urbano de Sousa entregue à sua sorte, demonstrando certamente fraquezas, soltando indiscutivelmente lágrimas, no entanto, tendo certamente a coragem de lá ter estado, políticamente sozinha, ininterruptamente, constantemente...

Não deveria o Senhor Primeiro-Ministro, ter ali estado ao seu lado?

António Costa é de facto um político experiente e talvez seja por isso mesmo que usa esta espécie de cobardia política, para por vezes se proteger...

Em Tancos esta evidência torna-se ainda mais flagrante, com o Primeiro Ministro, partindo de férias, ausente, distante da polémica, deixando a arder Ministro e Chefes Militares.

Salvam-se assim o deficit, o ambiente sorridente no País, os abraços e afagos Presidenciais...

Pelo meio sobra o camaleão Costa, escapando sempre por entre as dificuldades de cada crise, em cada momento difícil, com a sua imensa capacidade política mas com muito pouco carácter.

O pior é que do outro lado da barricada, PSD e CDS, as soluções são muito fraquinhas, pelo menos, por agora...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

10.07.17

 

Existem momentos inexplicáveis, explicações inacreditáveis e buscas insanas que se tornam épicas, numa luta por vezes desmedida contra a vontade dos Deuses...

Foi o que aconteceu ontem, nesta aventura em busca de um croissant, pelas pastelarias das Caldas da Rainha.

A meio da tarde o meu sobrinho João e eu, resolvemos que estaria na hora de comermos um belo croissant, ele de chocolate e o meu com manteiga e assim o fizemos...

Saímos em busca desse manjar ambicionado, enquanto que a minha querida Matilde, sua irmã, se rendia a um gelado de chocolate carregado de gomas, m&ms e marshmallows.

Na primeira pastelaria só havia gelados e waffles, mas como tínhamos ao lado outra, esse adiado croissant não nos maçou, no entanto, o pior estaria para vir pois o mais aproximado que encontrámos no balcão do dito lugar era uma espécie de pão de leite...

Nem queríamos acreditar, olhando um para o outro e pensando se nos haveríamos de render àquela inevitabilidade de não encontrarmos o maldito bolo Francês.

Não nos rendemos e partimos então rumo a uma terceira pastelaria, atravessando ruas, correndo em grande velocidade, eu um pouco menos, sempre acreditando que iríamos conseguir...

Terceira pastelaria:

Nem pão de leite havia.

Raios partam, pensei eu!

O João não se rendia à maldição pasteleira que nos havia calhado em sorte, naquele dia...

Partimos então para mais uma ronda, mais uma descoberta, mais uma tentativa:

A pastelaria Com Tradição...

E aí, naquele maravilhoso lugar, diante dos nossos olhos, ali estavam, deslumbrantes, magníficos, os famosos croissants.

Já pouco nos separava deles, apenas uma fila de gente que se deparava diante de nós...

Em todas as pastelarias a que havíamos ido, nem viva alma à nossa frente, apenas a constatação da inexistência do que queríamos e naquela pastelaria repleta de croissants, uma multidão como derradeiro obstáculo.

E assim aguardámos, esperámos, desesperámos...

Por momentos ainda acreditei que só faltava aquelas pessoas escolherem todas croissants, mas nem quis verbalizar para não defraudar as expectativas presas ao olhar do João.

No meio de tamanha correria já sussurrávamos a palavra croissant, numa espécie de magia, que acreditávamos poder resultar.

E por fim, depois de tanta correria, valeu a pena...

Tínhamos conquistado o direito de escolher o nosso croissant.

Já agora, o titulo foi escolhido, pelo meu querido sobrinho João.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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