24.06.17
Muitas vezes me aproximo da janela, à noite, esperando reconhecer nas estrelas que brilham intensamente, um rosto conhecido por entre o desconhecido enigma deste destino que nos envolve...
Tantas e tantas vezes procuro naquela escuridão impregnada de cristais cintilantes, um pedaço de mim mesmo, desse passado e das pessoas que já partindo, eternamente fazem parte da minha alma.
Procuro assim atenuar as saudades que insistem em sobreviver, acorrem vezes sem conta à minha mente para recordar a falta que ainda sinto, de cada um...
Por vezes nesse constante reencontro com os momentos que já fugiram, relembro sorrisos e lágrimas, resgato tristezas e alegrias, tentando preencher um vazio que sempre acaba por reaparecer.
Nessas noites, tendo a lua como testemunha, converso com o misterioso desconhecido que insisto em crer será repleto de reencontros ansiados...
E se assim não for?
As dúvidas e anseios próprios desta imensa incerteza que por vezes me invade, fazendo-me olhar novamente para aquelas estrelas, para aquele brilho e através dele voltar a perder-me na crença de que me ouçam.
A noite permanece, as estrelas ali continuam e eu volto a esconder as intensas saudades guardadas em mim, daqueles que para sempre meus, infelizmente, partiram para longe.
Mais uma noite, nesta eternidade pejada de enigmas...
Filipe Vaz Correia