Se alguém escrevesse há um ano atrás que Wolfgang Schauble algum dia diria que o Ministro das Finanças, desse Governo extremista Português, era o Ronaldo das finanças, certamente que seria trucidado por todos.
E não é que um ano e tal depois de tomar posse, os números do deficit apresentados, aliados à trajetória do crescimento do PIB e até os pagamentos antecipados ao FMI, descrevem uma reviravolta nesse triste fado imaginado para o nosso Portugal...
Mário Centeno emerge neste panorama, como o craque que faz a diferença, a mente brilhante por trás do plano e que o executa de forma magistral, como se de um remate à meia volta, do nosso CR7, se tratasse.
Já todos se esqueceram dos SMS, a Direita inclusive, pois o que importa ressalvar é a enormíssima vitória que Portugal tem granjeado por estes dias de elogios e celebração...
Sendo um conservador, sempre olhei para este Governo com desconfiança, apesar de não suportar a espécie de Tea Party rezingão em que Passos Coelho transformou o PSD, no entanto, tenho de admitir que estou deveras surpreendido com o trajeto desta Governação.
Uns dirão que foi mérito ou trabalho e outros ainda que foi sorte, em qualquer um dos casos, parece-me muito bem...
Se foi trabalho, visão ou mérito então extraordinário, comprovando aquilo que sempre me pareceu, pois nunca percebi este caminho de alternativa única, perpetrado pelo anterior Primeiro Ministro, no entanto, se foi sorte melhor ainda, pois nada melhor do alguém com sorte para assegurar um futuro auspicioso.
Dir-me-ão que a sorte não dura para sempre, no entanto, existem outros provérbios que podem desmentir esse mesmo dito popular:
A sorte protege os audazes, por exemplo.
Ou mesmo, a fortuna histórica do intemporal Gastão, personagem da Disney, que certamente nunca seria envolvido nestas coisas do deficit excessivo.
Assim desfrutemos de um Ministro das Finanças que aparentemente sabe fazer contas e se na verdade, até Wolfgang Schauble o diz, quem somos nós para contrariar...
Se o País estava na moda com um Ronaldo, imaginemos agora com dois.
Filipe Vaz Correia