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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Meu Caro Salvador...

Filipe Vaz Correia, 09.05.17

 

Meu caro Salvador, sei que os dias que se aproximam devem ser de rebuliço nessas terras distantes de Kiev, lutando com a expectativa de todos, de que possas vencer o Festival da Eurovisão, algo impensável para este  nosso Portugal...

Pois meu caro, para mim pouco importará o resultado que obtiveres nesta noite, pouco significará o que determinar esse, certamente, distinto júri.

O que importa para mim, aqui escrever, é o que senti quando pela primeira vez ouvi esta canção, Amar pelos dois, sem esperar, desprevenido para a beleza que iria encontrar...

O que me importa guardar são os versos límpidos dessa poesia, o encanto perdido em cada letra, em cada som, em cada apaixonada rima.

O que me importa ressalvar, é a eterna sensação que guardarei em mim, da primeira vez que ouvi a tua voz, cristalina, pura, irrompendo por entre a melodia de uma canção intemporal...

Guardar esse momento, como o fiz, quando pela primeira vez ouvi Nat, Sinatra, Caetano ou Ray, descobrindo em cada repetição um novo desencontro com essa mensagem inerente à poesia cantada sem pressa, amarrada sem força, destemperadamente deslumbrante.

Fechar os olhos e voar através do encanto escondido na emoção proporcionada, querer agarrar o destino na dor desencontrada e sentir para sempre a imensa vontade de nunca mais deixar de sonhar...

Por tudo isto meu caro Salvador, não me interessa qual o lugar que conseguirás no Festival da Eurovisão, pouco me importa o que irão escrever ou dizer mas apenas me importará, o que para sempre, guardarei...

Um Bem-haja Salvador Sobral!

 

 

Filipe Vaz Correia