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Caneca de Letras

09.03.17

 

Vou dizer baixinho;

Soletrando devagarinho,

Palavras com carinho,

Neste amor que de mansinho,

Chegou, sem pedir licença...

 

De uma forma sorrateira;

Se impôs de maneira,

Solitária e verdadeira,

Arrebatando de sobremaneira,

A atenção inteira,

Que bate na minha alma...

 

Se morreres;

Morrerei,

Se chorares,

Chorarei,

Se caíres,

Cairei...

 

Se por alguma razão;

Numa espécie de hesitação,

Encontrares uma lágrima de verão,

E perderes a noção,

Do teu significado em mim...

 

Escuta silenciosamente,

O bater do meu coração,

O bater deste amor;

Que sempre te pertencerá.

 

 

 

 

 

08.03.17

 

 

Os acontecimentos de ontem na Universidade Nova de Lisboa, verdadeiramente, me deixaram completamente perplexo...

Jaime Nogueira Pinto, foi proibido de discursar, numa conferência organizada pela mesma Universidade, depois de o terem convidado para dar a sua opinião sobre, Populismo Vs Democracia.

Ora bem, a proibição daquele debate, é e sempre será, anti-democrática!

A ideia principal, é a de que o Srº Drº Nogueira Pinto, iria neste debate com jovens e alunos, propagar ideias xenófobas, discriminatórias e fascistas, propagando também, uma agenda anti-constitucional em Portugal.

Inacreditável!

Jaime Nogueira Pinto é reconhecidamente um homem superior, inteligente e que certamente poderia acrescentar imenso a este debate pastoso, que hoje vivemos, despertando consciências e colocando questões que certamente fariam raciocinar, esses novos cérebros de amanhã...

Não quero aqui descrever as minhas opiniões políticas, as minhas vontades ideológicas, mas não posso deixar de demonstrar por palavras, escritas em cada linha desta caneca, o quão indignado me encontro.

Se em vez de Jaime Nogueira Pinto, o orador se chamasse Francisco Louçã ou Garcia Pereira, este país já estaria em estado de sítio...

Em plena e vibrante indignação.

A democracia é a constante discussão de ideias, o debate permanente dos ideais, a evolução ideológica de cada um de nós...

O que mais me surpreende é aqueles que se intitulam de democratas, de defensores dos ideais de uma suposta liberdade, cercearem alguém que reconhecidamente acrescenta saber, conhecimento, intelectualidade.

Sabemos hoje que na Universidade Nova, apenas poderão discursar aqueles que pertencem ao Status Quo, existente naquele estabelecimento público...

Isso mesmo, público.

Será isso, democrático?

Ouçam o que Jaime Nogueira Pinto terá a dizer e depois critiquem, julguem, discutam sobre isso...

Aprendam ou reneguem, mas ouçam porque isso será sempre importante para evoluir.

Não o ouvindo, quer queiram quer não, ficaremos sempre mais pobres, menos preparados para os dias de amanhã, na formação destes jovens, que estarão apenas expostos a uma versão sem contraditório...

Eu gostava imenso de aqui escrever, sobre se concordava ou não com essa famigerada palestra, com as palavras ditas pelo Srº Drº Jaime Nogueira Pinto, no entanto, não tive a oportunidade de a ouvir, de o ouvir.

E assim, aqueles que agitam eternamente a bandeira da democracia, transformaram-se por um momento, nos algozes da democracia...

A ironia do destino.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

06.03.17

 

Não nasceste do meu ventre;

Mas da minha alma,

Não te esperei nove meses,

Mas uma vida inteira,

Não te reconheci ao nascer,

Mas na esperança desse encontro,

Não soube do teu sofrimento,

Até te encontrar...

 

Não descobri essa palavra;

Até te conhecer,

Não senti a amargura,

Até ter medo de te perder,

Não entendi a ternura,

Até perceber,

A desentendida procura,

De te ter...

 

E assim;

Encontrada com os meus desencontros,

Com os recantos de mim mesma,

Descubro em cada sorriso teu,

Parte desse destino,

Só nosso!

 

 

06.03.17

 

As maiorias esmagadoras são inebriantes, complexas, por vezes até enganadoras...

As eleições de ontem, no meu querido Sporting, tiveram um resultado absolutamente elucidador, de qual o caminho que os associados, querem percorrer e com o quem o querem fazer.

Bruno de Carvalho, venceu sem margem para dúvidas, este acto eleitoral, tendo diante de si um mandato para cumprir as promessas que fez aos Sportinguistas.

Pelo menos dois campeonatos no futebol profissional e um em todas as outras modalidades.

É aqui que se fará a história deste destino a cumprir, desenhado por esta esperança, de mudar um passado feito de tantos momentos de desilusão.

A euforia do momento, entre os apoiantes do candidato vencedor, deixavam no ar este caminho a percorrer, pejado de glória, alicerçado nestes 86%, que sustentavam os gritos de ordem e o oásis que se perfilará no futuro magnifico que conquistaremos...

Espero que aconteça, pois nada me fará mais feliz.

O que aqui importa referir, é que este resultado traz com ele, uma responsabilidade acrescida, pelos sonhos daqueles que hoje acreditam ser Bruno de Carvalho a melhor solução, esperando os títulos, as vitórias sucessivas, aliadas ao discurso bélico e por vezes, populista, do actual Presidente.

Caso isso não aconteça, serão estes mesmos, que hoje incensam Bruno de Carvalho, a retira-lo do lugar que ocupa e a escrever a história Leonina, com outro nome, outra linguagem, outro perfil...

E aí creio, que não será Madeira Rodrigues a chegar-se à frente, pois outros nomes surgirão.

Assim, espero que todas as promessas que Bruno de Carvalho ontem fez, se cumpram e o Sporting possa vencer, dentro deste projecto que definiu.

No entanto, exerço o meu direito de dizer:

Desconfio!

Esperando que a história me prove, que estou enganado.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

05.03.17

 

Subi uma montanha;

A mais bonita que encontrei,

E enquanto a subia,

Nesse momento respirei...

 

Subi, sem parar;

Com a fé presa no olhar,

Querendo acreditar,

Que a iria alcançar...

 

Subi a minha montanha;

Só minha e de mais ninguém,

Aquela que sempre desejei,

E assim acordei...

 

No ponto mais alto do mundo;

Sozinho, silêncio, solidão,

Olhando vagabundo,

Para a eterna imensidão...

 

Tudo parece imenso;

Fugindo por debaixo de nós,

Sentindo o beijo intenso,

Desse vento que tem voz...

 

Abro os olhos, devagar;

Com receio e sem dizer,

Que depois de acordar,

Essa montanha possa perder...

 

Prendo-a assim,

Junto a mim;

Montanha que conquistei,

Sonhando encontrar,

O destino que desejei.

 

 

03.03.17

 

Nas margens da minha alma;

Nos meandros dos meus segredos,

Nas viagens indiscretas,

Pelos recantos dos meus enredos,

Apenas tu...

Me fazes falta!

 

Apenas tu, fazes sentido;

Neste poema que não esqueço,

Onde me perco, perdido,

Envergonhado, desapareço,

Desnorteado e ferido,

Neste sentimento ausente...

 

Mas por mais voltas, que o mundo possa dar;

Por mais desejos que venha a perder,

Nunca irei renegar,

Esse amor, meu querer,

Que faz parte do meu ser...

 

Porque te irei amar;

Eternamente!

 

 

 

02.03.17

 

Será sangue;

Será dor,

Serão lágrimas,

Será amor,

Será nevoeiro,

Sem pudor,

Será o fim,

Arrebatador...

 

Será verão;

Será inverno,

Será ilusão,

Nesse inferno,

Será emoção,

Beijo subalterno,

Traduzindo a desilusão,

De um tempo eterno...

 

Será destino;

Será esquecida,

Será clandestino,

Será ferida,

Esse desatino,

Essa partida,

Nesse entardecer, vespertino...

 

Será possível descrever;

Descrevendo sem calar,

Será possível reescrever,

Reescrevendo sem gritar,

As estrelas cravadas em mim...

 

E será então, perdidamente;

Ansiando recordar,

As dúvidas que eternamente,

Continuam a sobrevoar,

Literalmente...

 

O meu desejo de sonhar!

 

 

01.03.17

 

Estou sentado no mesmo cadeirão do meu pai...

Do meu avô...

Do meu bisavô.

Estou sentado na mesma sala de estar, com as mesmas janelas, com os mesmos quadros, com a mesma lareira acesa que há tantas gerações, acompanha os destinos da minha família...

Esta casa outrora cheia de vida, de luz, de histórias, onde revejo a correr os antepassados que não cheguei a conhecer, os filhos que tantas alegrias me trouxeram, as noites estreladas que iluminavam o jardim, as vozes que polvilhavam a minha vigorosa alma.

Aqui sentado revejo aquele menino de calções pelos joelhos, descobrindo em cada recanto daquela casa, o mundo imaginário que despertava a mente curiosa dessa minha infância...

Os beijos que troquei com aquela que seria a mulher da minha vida, nessa adolescência tão imberbe e ao mesmo tempo, tão repleta de memórias.

As primeiras certezas, nessa incerta vontade de crescer...

As primeiras tristezas, de um familiar a morrer e as inevitáveis facetas da vida humana.

Sentado neste cadeirão, recordo esses dias e noites, pincelando essa tela, misturando as aguarelas, nessa cor que acabaria por definir o rumo do meu destino...

Nesse quadro inacabado e em constante evolução, por essa estrada que se revelou, na mais bela viagem que algum dia vivi.

Agora aqui estou, sentado sozinho, no meio desta escuridão, apenas com a lareira acesa, as janelas fechadas, as cortinas descerradas e um copo de whisky gelado, aguardando o fim deste caminho...

Nesta casa vazia, despida dessa vida que um dia a preencheu, espero o reencontro com esse passado que apenas vive em mim e nestas paredes cansadas da minha velha casa.

E assim, sentado no cadeirão, que já pertenceu ao meu pai, ao meu avô, ao meu bisavô, aguardo a hora de serenamente partir...

Partindo por entre a última pincelada, colorindo esse quadro, por fim terminado...

Representando em cada traço nessa tela, em cada cor de aguarela, o meu colorido destino.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

01.03.17

 

 

Por vezes temo o teu olhar;

A falta de expressão,

Ou aquele ignorar,

Intensa confusão,

Que invade o meu sentir,

Diante desse amor,

Que não cabe em mim...

 

Por vezes quero-te abraçar;

Sem saber como o fazer,

Quero-te beijar,

Sem soletrar ou escrever,

Querendo eternamente te amar,

Sem temer,

O incógnito julgamento...

 

Por vezes quero apenas libertar;

Esse imenso sentimento,

Que não consigo interditar,

Interditando o pensamento,

Preso no meu respirar,

Eterno sofrimento,

Neste coração solitário...

 

Por vezes, escondido;

Medo arrependido,

Num desejo perdido,

Num choro querido,

Que já não sei descodificar...

 

Por vezes quero apenas dizer;

Que não saberei viver,

Que não saberei morrer,

Sem esse imenso querer...

 

Que por vezes me parece acometer...

Nesse desejo de te amar!

 

 

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