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Caneca de Letras

23.02.18

 

 

 

Ao longe o vento...

Sempre o vento.

 

Tão perto o silêncio;

Sempre o silêncio.

 

Sentado ao piano;

Tentando resgatar a melodia,

Outrora perdida,

Buscando essa harmonia,

Que se escapou pelas asas do tempo...

 

Ao longe o vento;

Tão perto o silêncio...

 

Sentado numa sala vazia;

Quase despida,

Repleta de paredes frias,

Na alma ferida,

Despedaçada...

 

Só eu e aquele singelo piano;

Empoeirado pedaço vida,

De uma vida que existiu,

Mas se calou...

 

Ao longe o vento;

Tão perto o silêncio...

 

Sempre o silêncio;

Entrelaçando esse vento,

Que insiste em chegar,

Irromper as barreiras empoeiradas,

As trancas exacerbadas,

Que me rodeiam...

 

Ao longe o vento;

Tão perto o silêncio...

 

Nessa dança constante;

Que me persegue,

Segredando hesitante,

A eterna vontade,

De te amar...

 

 

 

 

05.09.17

 

O silêncio da noite entra pela janela da sala, baixinho, silenciosamente discreto, parecendo querer sentar-se perto de mim, sem ser notado...

Esse silêncio que acompanha os meus pensamentos, os anseios reflectidos em meus olhos, meio desabafo da alma, diante da agitação plasmada em cada noticia, a cada ameaça que parece irromper por esse mundo fora.

Crise nuclear ou atrevimento da loucura, fogo e chamas ou esgotamento de um País, protestos e greves ou simplesmente a gritaria sindical...

Tantas e tantas vozes, relatos de angústias e horrores, de receios e temores, de intrigas e suspeitas, tantas e tantas inusitadas ameaças, anunciadas.

E o silêncio da noite, esse silencioso desejo que seduz, que convida a alma a serenar...

Cedo a esse desejo e desligo a televisão, deixando a China e Trump do outro lado da tela mágica, deixo os políticos e os debates calados, mudos.

Serenamente, volto a escrever, desabafar num momento meu, apenas meu, ou seja, tentar reencontrar nesse silêncio um pedaço de esperança.

Porque é apenas isso, que a todos nos resta...

A esperança bem escondida, no silêncio de uma noite qualquer.

Pois é essa esperança que nos torna, Humanos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

13.12.16

 

Oiço a tua voz, meu amor;

Esse sorriso que se fecha,

A impaciência às vezes dor,

Daquele amor que se deixa.

 

Oiço o esgar desse fim;

O som de uma dolorosa pena,

De uma sentença que assim,

Encerra mais uma cena...

 

Oiço as palavras que me dizes;

Os gritos que não falam,

As mágoas, as cicatrizes,

Que silenciam, que se calam...

 

Essa resposta sem pergunta;

Essa pergunta nunca feita,

Essa razão defunta,

De uma felicidade desfeita...

 

Oiço calado;

Questiono então o silêncio...

 

Para onde foste, meu amor?

 

Oiço a voz desse tempo que não regressa...

 

Triste, somente triste;

Apenas nos sobrou a tristeza.

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