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Caneca de Letras

30.11.16

 

Domingo à noite deixei-me levar pela festa do grande Palmeiras, Clube Paulista que muito gosto, desde os tempos do seu goleiro Marcos...

Desde os tempos de Felipão.

Naquele estádio cheio de gente, de esperança, 22 anos depois, por uma festa que já nem sabiam como comemorar, diante dos meus olhos, onze jogadores se opunham à minha vontade, à vontade de tantos Palmeiristas de fazer história.

Esses jogadores eram da equipa do Chapecoense, daquele pequeno clube que se transformara em grande, depois de uma época de sonho.

Sonhar não é impossível, diriam muitos ao ver a carreira destes jogadores, em nome daquele pequeno clube, chegando até ao Olimpo sem pedir permissão a ninguém...

Final da Copa Sul Americana de futebol.

Dois dias depois, fica em todos nós esta triste sensação que neste caso o sonho fugiu, por entre as nuvens e as asas que sobrevoavam o céu de Medellin.

O que pensei primeiro?

Marcelo...

Marcelo Boeck!

Sempre acompanhei Marcelo Boeck, desde os tempos do Maritimo e ainda mais quando assinou pelo Sporting Clube de Portugal, clube da minha vida...

Foi por ele que comecei a ver jogos do Chapecoense, a me interessar pelos seus resultados, pela caminhada que empreendiam.

Marcelo Boeck sobreviveu, mas tantos morreram...

Caio Junior, que fez parte do meu imaginário de menino, naquelas equipas do Vitória, com Neno, Ademir, Paulinho Cascavel, N'Dinga, Paulo Bento, Pedro Barbosa, Carvalho, Silvinho,Chiquinho Carlos entre outros, e muitos outros que agora, noutra etapa de uma vida, se esforçavam para registrar o seu nome no imaginário de tantos outros meninos, que certamente acompanhavam esta caminhada em direcção aos seus sonhos.

A vida é complicada, dificil de discernir, de descodificar, trazendo com essa benção que é viver, muitos enigmas, incertezas...

Como tão perto do Olimpo, foi possível aterrarem num inferno?

Honre-se estes homens que de uma forma diferente daquela que esperavam, se transformaram em lendas para o resto da eternidade, tal como:

A equipa do Torino, Manchester United, da Zâmbia ou Allianza de Lima entre outras...

Não irão festejar, não estarão presentes mas jamais serão esquecidos.

Ainda recordo aquele jogo, aquela festa, aqueles jogadores...

Aquela festa, aquela euforia, que deixou de fazer sentido, de ter lugar.

Como é pequena a vontade dos Homens, perante os desígnios que desconhecemos...

Viva o Chapecoense, viva a sua memória.

 

Filipe Vaz Correia

 

29.11.16

 

Mãe, que saudade;

De te ver, tocar, ouvir,

Desse sentimento cobarde,

De não te deixar partir...

 

Queria que o mundo me ouvisse;

Naquele grito que quero gritar,

E que nunca me fugisse,

Esse teu abraçar...

 

Aquele beijo ao adormecer;

Aquele aconchego ao chegar,

Aquele sorriso ao amanhecer,

Aquele Amor a falar...

 

Aquelas palavras que me acalentavam;

Aquele olhar de ternura,

Aqueles sonhos que sonhavam,

Sem medo ou amargura...

 

Perdi-te num instante;

Nesse segundo sempre eterno,

Nessa mágoa nunca distante,

Nesse dia, esse inferno...

 

Nunca me abandona o pensamento;

A tua morte, a tua vida,

A dor ou o sofrimento,

Dessa tua partida...

 

Chega então um sorriso;

Um eterno contentamento,

De ter contigo vivido,

Mesmo que por um breve momento...

 

Um momento para sempre nosso!

27.11.16

 

Amigo, porque estás sempre presente?

Ausência não é certamente,

Nesse privilégio que se sente,

Essa palavra quente...

 

Amigo, porque não me deixas cair?

Pois posso lá eu pedir,

Ou até mesmo exigir,

Se não sei o que está para vir...

 

Amigo, porque estás sempre a meu lado?

Nesse teorema ou quadrado,

Seja pobre ou abastado,

Desse sentimento desejado...

 

Amigo, porque me dás a tua mão?

Afastando a solidão,

Iluminando a escuridão,

Falando-me ao coração...

 

Amigo já não me sinto sozinho;

Nem empurrado para um cantinho,

E já parece que adivinho,

A tua presença no caminho...

 

Amigo, já sei o que é amizade;

Pode rimar com lealdade,

Com certeza, com verdade,

E ainda mais, com a palavra amor!

 

 

26.11.16

 

Meu Deus, como será Cuba depois deste dia?

Morreu Fidel Castro, o lider revolucionário cubano, que guiou através de décadas os destinos de todo um povo, de toda uma nação.

Nunca me identifiquei com Fidel, antes pelo contrário, no entanto o seu papel na História mundial será para sempre incontornável.

Para muitos um Romântico idealista, para outros um Déspota sem escrúpulos, Fidel marcará de forma indelével o Sec. XX e a politica mundial desse período.

Acredito que o desmembramento da União Soviética terá marcado o fim do seu sonho politico, da sua ambição por um comunismo puro, assente na sua imensa vontade em construir um sociedade sem classes...

A Queda do Império Comunista, conjuntamente com o eterno embargo Americano, talvez tenham sido as grandes derrotas da vida politica do Senhor Comandante Fidel Castro Ruz.

Fidel sobreviveu a golpes, atentados e conspirações, cimentou o seu poder através de assassinatos ou detenções, por isso neste momento em que muitos optarão por embelezar o seu legado será importante não esquecer:

O seu regime levou Cuba à estagnação, ao empobrecimento, a um Estado falhado, sem futuro ou respostas para muitas gerações de Cubanos que se viram obrigados a partir para conseguirem uma vida melhor...

Este é em suma o legado que sobreviverá do sonho de Fidel, o de uma sociedade falhada, de uma esperança esquecida rodeada por um mar imenso...

Fidel foi capaz, no entanto, de seguir caminho, de impor a sua vontade, momento após momento, desafio atrás de desafio, fazendo acreditar, pelo menos os seus leais seguidores, que um dia seria possivel construir o mundo que outrora prometera.

Assim neste dia em que parte El Comandante, duas certezas:

Tristeza em Havana...

Alegria em Litlle Havana, Miami.

Respeite-se a memória de Fidel Castro Ruz, o Último Comunista, sem que se esqueça a tirania e o desastre que representou o seu Regime.

 

Filipe Vaz Correia 

26.11.16

 

Um, dois, Três;

Fechei os olhos com esperança,

De voltar, outra vez,

A ser de novo criança...

 

Um, dois, três;

Contei novamente a cantar,

O sorriso que se fez,

Naquela criança a brincar...

 

Quero regressar no tempo;

Aos momentos em que era quem queria,

Sem receio, julgamento,

Apenas sonho, alegria...

 

A correr sem parar;

A saltar sem temer,

A escorregar devagar,

A cair sem doer...

 

Quero voltar a crescer;

A ser criança e sonhar,

A voltar a aprender,

Que é possivel voar...

 

Um, dois, três;

Ver o mundo pela primeira vez;

Quero tudo outra vez...

 

24.11.16

 

O Prof. Oliveira Salazar, foi durante 40 anos o homem forte que governou este País...

Durante 40 anos liderou os destinos e as principais decisões tomadas em nome da Pátria, construindo inevitavelmente, um pedaço imenso do legado desta Nação.

Ditador, Déspota, Tirano para uns...

Homem bom, ao serviço do seu País ou até Pai da nação para outros, esta personagem fica invariavelmente ligada ao passado que ajudou a criar o presente e o futuro de todos nós.

Não me interessa aqui discutir os méritos ou deméritos de tal figura, os acertos ou desacertos da sua governação ou os imensos julgamentos de opinião a que foi sujeito nestas décadas que mediaram o fim do Antigo Regime...

O que me interessa discutir é algo diverso:

Sendo originário de Santa Comba Dão, talvez mesmo o seu mais ilustre filho, tendo em conta a História, não será de estranhar que 10 anos volvidos a Autarquia ter recebido da sua familia o espólio do antigo governante, nada se ter feito ou decidido fazer em relação a tão valiosos documentos?

Pelo que entendi, todo o material foi encaixotado e guardado por debaixo de um palco do edifício camarário e ali tem permanecido ao longo de uma década, sujeito à natural deterioração e desgaste que o tempo traz a todos os documentos, sejam eles cartas, missivas, fotografias que nestas condições se encontrem.

Antonio de Oliveira Salazar, por muito que isto desagrade à nova ordem saída da revolução, não pode, nem poderá ser apagado da História de Portugal e talvez fosse altura, ainda mais na sua terra, de se criar um espaço para que nada seja esquecido de tão marcante época deste País...

Com o bom e o mau que nesse periodo se viveu, com todas as virgulas e interrogações que porventura ele próprio guardava para si e de certa maneira com a sua versão de pedaços da História que nunca chegámos a conhecer.

Assim vale a pena não impôr esse esquecimento, como arma para que não se possa discutir uma das maiores figuras do Século XX Português, com receio de que as pessoas que não tenham vivido esse periodo possam através das suas cabeças, pensar ou ponderar de maneira diferente...

A Liberdade apregoada por tantos que contra Oliveira Salazar lutaram também é isto:

O direito do seu legado ser dado a conhecer a todos os que nele estiverem interessados.

Respeite-se a História e estaremos mais perto de nos compreender como Povo.

 

Filipe vaz Correia 

23.11.16

 

Estas mesmas ruas, tão diferentes;

Os mesmos caminhos que não esqueci,

As mesmas esquinas, agora ausentes,

De uma vida que vivi,

Foi minha,

Mas já perdi...

 

As mesmas casas;

Os mesmos rostos envelhecidos,

O mesmo tempo sem asas,

Percorrendo esse destino,

Que um dia foi o meu...

 

Crianças como um dia fui;

Velhos como ainda não sou,

Pessoas e gentes,

Nesse percurso que não mente,

Trazendo com ele o tempo que me escapou...

 

Procuro os caminhos da minha vida de menino;

Esse que ainda se esconde em mim,

Procurando eternamente,

Esse labirinto sem fim,

Que deixei para trás,

Nas ruas da minha perdida infância.

23.11.16

 

Quem se importa, se me escondo?

Quem se importa, com o que sinto?

Se vos conto, se vos explico,

Ou simplesmente vos minto...

 

Quem se importa, com o que quero gritar?

Quem se importa, com o que quero contar?

Se nem eu sei, o que tenho a falar,

Para me entender,

Explicar...

 

O que importam estas minhas mágoas;

Estas contradições, angústias,

Este labirinto onde me pareço perder...

 

Quem se importa?

Quem um dia quererá saber,

Que por dentro de mim,

Aprisionado, sem querer,

Viveu assim,

Sem fim...

 

Um Actor.

22.11.16

 

Já não vejo nesse olhar;

Essa luz que outrora me queria proteger,

Esse amor a gravitar,

Esse sol sempre a nascer...

 

Já não consigo cantar;

Essas letras que compunhas,

Nesses sonhos a recordar,

As nossas viagens...

 

Ninguém pode imaginar;

A falta que me fazes,

E que insisto em procurar,

Mas que não existe mais...

 

Porque nessa aventura;

Que se perdeu...

 

Nessa ternura;

Que desvaneceu...

 

Nessa estranha loucura;

Tão nossa,

Tão pura,

Algo mudou...

 

E assim sem regressar;

A esse tempo que tanto quero guardar,

A essa tristeza hoje a morar,

Nesse coração que já foi teu...

 

E que agora;

É somente meu.

 

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